Na estrada…

Na estrada, para nós, significa Viçosa-BH-Viçosa… Pelo menos uma vez por mês, temos que ir a BH. Não precisa ter motivo nenhum, apenas vamos, ficamos uma semana ou mais ou menos, e voltamos para Viçosa. Desde o tempo em que éramos estudantes em BH que é assim, no mesmo trajeto, pelo menos uma vez por mês percorrendo os 220km para lá e para cá. Não vou nem fazer contas de quilometragem, daria um número enorme.

O que antes era um prazer, estrada mais segura, menos carros circulando, transformou-se numa decisão ou escolha que, se não contarmos com alguma sorte, pode ser uma viagem cansativa, perigosa e muitas vezes gastando o dobro do tempo que seria normal. Ou até tendo que retornar à origem devido a algum bloqueio por acidente grave.

Como aposentados, podemos escolher o horário da viagem com tranquilidade. Qualquer horário. E procuramos sempre os finais de semana, de preferência domingo bem cedo, nos dois sentidos. O risco é bem baixo, raramente a gente vê algum acidente. Maior parte do movimento é da turma da bicicleta saindo de BH, todo mundo com uma pressa enorme de chegar no ponto de largada e colocar as magrelas para os desafios do dia. O mais seguro é deixar essa turma ir embora. Mais perto das cidades, aparece aquele movimento da turma que vai para as missas e cultos, todo mundo usando roupa de domingo. Turma mais tranquila, vão devagar até demais, tranquilos para o inicio do domingo. Ou então a turma dos almoços de domingo, na casa da sogra, do pai, dos amigos. Raramente pegamos esse movimento, que fica mais intenso mais perto de 11 horas em diante.

A primeira decisão, antes da viagem, é qual trajeto vamos escolher. Viçosa-BH tem dois trajetos principais: BR040 até Conselheiro Lafaiete, Itaverava, Piranga, Porto Firme e Viçosa. Ou então BR040, Ouro Preto, Ponte Nova, Viçosa. A distância é mais ou menos a mesma. A decisão é tomada depois de uma consulta ao Waze, para vermos se tem algum bloqueio já conhecido. Ou então acessando o sitio web da Via040, que tem a concessão do trecho. Não tendo impeditivo, escolhemos sempre o caminho de Lafaiete, mais tranquilo, flui mais, embora tenha os riscos da BR040 por mais tempo. A outra opção, por Ouro Preto, é garantia de 5 horas de viagem lenta e perigosa, motoristas sem paciência fazendo ultrapassagens impensáveis, para rodar 220km. Muitos caminhões de minério que circulam por ali, piorou demais neste aspecto. Embora do ponto de vista de segurança, acesso a rede de telefonia celular, locais de parada, seja muito superior.

A viagem em si nunca é tranquila. Principalmente para mim, que adoro dirigir (SQN)! Gosto cada vez menos, muito tenso. Raramente a gente consegue fazer a viagem toda sem algum “quase” problema, acidente ou incidente. Eu dirijo em atenção máxima, nem o som do carro eu ligo. Fico de olho na estrada e nos três retrovisores, acontece de tudo. Um dia desses, estávamos já na região de Congonhas, naqueles quebra-molas. Eu de olho nos retrovisores, na pista da esquerda, passando por um quebra-molas, tinha um caminhão do lado direito. Até ai tranquilo. De repente me aparece um caminhão embalado a pouca distância do nosso carro, e eu tive o reflexo de puxar o nosso carro para a direita, dando caminho para o caminhão em cima do quebra-molas. Não deu outra, ele não parou, vazou por cima da lombada, e só freou dai em diante. Parece que não viu o aviso das lombadas, e só freou depois do arranco que tomou. Esse foi um “quase”, felizmente ficou só nisso. Tenho várias outras histórias do mesmo nível. Ultrapassagens perigosas, fora de propósito, irresponsáveis, a gente vê com muita frequência. Final da semana passada aconteceu uma dessas, feia demais, batida de frente de carro de passeio com caminhão. Vitimas fatais, uma criança foi embora, uma pena.

E as estradas? Péssimas, buracos, pedras, pedaços de ferro, de prego, de parafuso, pneus sofrem demais (já tivemos um pneu rasgado recentemente). Mas a praça de pedágio continua lá, firme e forte. Poderiam oferecer um serviço melhor? Claro que sim, pelo menos pista limpa e sem atropelos.

(este artigo foi escrito por zeluisbraga, e postado no meu blog zeluisbraga . wordpress . com) (this post is authored by zeluisbraga, published on zeluisbraga . wordpress . com) (from Viçosa, MG(Estou no GoodReads)

Consultor Independente, Treinamento Empresarial, Gerência de Projetos, Engenharia de Requisitos de Software, Inovação. Professor Titular Aposentado, Departamento de Informática, Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Doutor em Informática, PUC-Rio, 1990. Pós-Doutoramento, University of Florida, 1998-1999

Publicado em Crônica, Gestão de riscos, Reflexões, Viagem
Um comentário em “Na estrada…
  1. daniellainacio disse:

    Eu também não gosto de dirigir. Fico tensa, mais pelos outros do que por mim, pois sei que sou cuidadosa, respeito os limites, dirijo bem e com segurança, mas sempre tem um que erra a mão e acaba atingindo quem não tem nada a ver com a história.
    Mas, enfim, quando pararem em Lafaiete, dê um toque: quem sabe nos encontramos para um café e colocamos a conversa em dia?
    Abraço procê!

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